O livro do mês de Maio


 
   O jovem médico português Sidónio Rosa, perdido de amores pela mulata moçambicana Deolinda, que conheceu em Lisboa num congresso médico, deslocou-se como cooperante para Moçambique em busca da sua amada. Em Vila Cacimba, onde encontra os pais dela, espera pacientemente que ela regresse do estágio que está a frequentar algures. Mas regressará ela algum dia? Entretanto vão-se-lhe revelando, por entre a névoa que a cobre, os segredos e mistérios, as histórias não contadas de Vila Cacimba — a família dos Sozinhos, Munda e Bartolomeu, o velho marinheiro, o administrador, Suacelência e sua Esposinha, a misteriosa mensageira do vestido cinzento espalhando as flores do esquecimento.
   «Mia Couto não precisa de apresentações. Um contador de estórias nato, como o são os anciões africanos cheios de vivências próprias e alheias, as suas obras são já tão conhecidas como a sua escrita - o português reinventado que tão facilmente nos faz deslizar para os contextos e enredos criados (...) Mia Couto não desilude, o romance - mulato e anfíbio - prende da primeira à última palavra liberto de preconceitos extremados nos quais tantas vezes procuramos a seguranças das nossa leituras e dos nossos dias.»

                                               Ana Vaz Pinto, in Revista Os Meus Livros



BIOGRAFIA


   António Emílio Leite Couto, que utiliza o pseudónimo Mia Couto, nasceu na Beira, Moçambique, em 1955, sendo filho de uma família de emigrantes portugueses chegados aí no princípio da década de 50.
   Além de escritor, foi director da Agência de Informação de Moçambique, da revista Tempo e do jornal Notícias de Maputo.
   Teve uma participação activa na guerra, como membro da Frelimo, o que o obrigou a viver na clandestinidade durante alguns anos.
   Tornou-se nestes últimos anos um dos ficcionistas mais conhecidos das literaturas de língua portuguesa. O seu trabalho sobre a língua permite-lhe obter uma grande expressividade, por meio da qual comunica aos leitores todo o drama da vida em Moçambique após a independência. Os seus livros estão traduzidos nomeadamente em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol.
   Em 2001, Mia Couto recebeu na Fundação Calouste Gulbenkian o Prémio Literário Mário António que é um prémio atribuído a escritores africanos lusófonos ou escritores timorenses de três em três anos.

Outras obras do Autor:

Vozes Anoitecidas
Cada Homem é uma Raça
Estórias Abensonhadas
O Último Voo do Flamingo
• Terra sonâmbulaMar me quer
O Fio das Missangas
Contos do Nascer da Terra
Jesusalém
Pensageiro Frequente

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